domingo, 26 de outubro de 2014

Alternância, pero no mucho.

Suponha que haja esse senhor, o Sr. Brasão, um homem sisudo, mas que adora sorvetes. Sr. Brasão decidiu que, para ele, a alternância dos sabores é de extrema importância. Então implementou o seguinte método: nos primeiros quatro anos desde sua decisão de alternar sabores, tomaria apenas sorvete de morango. Aí, ao final desses quatro anos, passaria a tomar apenas sorvete de chocolate, até que se passassem mais quatro anos, quando então ele novamente decidiria se prefere morango ou chocolate para o próximo quadriênio de sua vida. Sr. Brasão dorme tranquilamente em berço esplêndido todas as noites, em paz com sua própria coerência, certo de estar seguindo à risca o seu princípio: a alternância de sabores é tudo.

Agora me responda, car@ leitor(a): quantos sabores diferentes de sorvete Sr Brasão terá provado durante sua vida? E quantos há pra se provar no mundo? Apesar de sentir tranquilo quanto a isso, Sr. Brasão é realmente fiel ao seu princípio? É um competente "altenador de sabores"?

Pois bem, façamos uma pausa na parábola e voltemos ao mundo real. Queiram me responder: o que é que nós faremos nessas eleições de hoje? Resposta: escolheremos entre PT e PSDB. Muito bem! E o que foi que fizemos quatro anos atrás? E oito anos atrás? E doze? E dezesseis? Vocês entenderam.

Então, sejamos sinceros: a alternância de poder é realmente relevante pra nós? Nós estamos sendo competentes "alternadores de poder" ou apenas babacas manipulados pelas paixões que o dinheiro desses grandes grupos políticos são capazes de produzir? Caímos nós, novamente, no mesmo truque que nos aplicam desde sempre, onde no final nos vemos forçados a escolher entre o ruim e o pior? Será? É MESMO honesto, dado o contexto, usar "alternância de poder" como um dos argumentos pra escolher seu candidato nessas eleições? E a pergunta mais importante: seria você o Sr. Brasão?

Daqui há mais quatro anos, o PT será o grupo que esteve no poder durante 12 ou 16 anos e o PSDB - ou mais especificamente "os representantes da extrema direita" - continuará sendo o grupo que esteve no poder desde sempre, exceto por um hiato de 12 ou 16 anos. Então se você é desses que preza de verdade pela alternância de poder, não nos vá colocar novamente na mesma situação em que estamos há décadas.

Quer mudar o Brasil? Mude seu voto. Mas só daqui há quatro anos. O que temos pra hoje é só morango ou chocolate, fazer o quê?!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

sábado, 27 de setembro de 2014

Aleluias!

Nelson Rodrigues, o desbocado padroeiro do futebol e do Fluzão, hoje aprontou das suas: desde o além, providenciou uma epifania coletiva e todo mundo que entrou em campo foi capaz de acessar aquela zona esquecida lá no fundo de seus cérebros: relembraram como se joga futebol!

E como lembraram! Fluminense e São Paulo hoje me fizeram sentir como quando ouço os mais velhos contando sobre os jogos das eras douradas de seus times ou quando assisto àquelas reportagens legais estilo "Baú do Esporte": fizeram um jogo fluido, onde todo mundo conhecia exatamente as maneiras da brincadeira, onde todos pareciam acreditar que a bola tem sim que rolar num jogo de futebol, por mais que a regra do momento seja a ditadura da velocidade e do vigor, apenas.

Dirão por aí que o primeiro tempo foi meio morno, concentrado na intermediária, nenhum goleiro tendo muito trabalho. E é verdade, vá lá. No entanto, não vimos faltas feias, não vimos (não-)matadas de bola bisonhas; até as figurinhas conhecidas pela falta de habilidade, como nosso veloz e dedicado porém completamente quadrado zagueiro Elivélton, resolveram fazer o básico pra não fazer feio, acho que influenciados pelo reinante zelo com a redondinha.

No segundo tempo, o rápido gol do Fred (aqui, pausa pra piada infame: consegui usar as palavras "rápido" e "Fred" numa mesma frase! Rá! Lide com isso!), numa jogada muito bem feita, acrescentou o único ingrediente que faltava ao jogo: a vontade séria de vencer. Até então, os dois times se respeitavam demais, até porque os dois jogavam demais, era jogo de time grande. Daí pra frente, começaram a não apenas jogar, mas jogar pra ganhar. Pensei que ficaria ruim pro Flu, que se acostumou nesse campeonato a fazer o primeiro gol e se entregar a uma pasmaceira abominável, que quase sempre acabou levando a um resultado pior do que queríamos, mas me enganei. Era a noite do estranho, e, mesmo tendo sofrido logo o empate, o Flu continuou muito bem, lúcido; o jogo continuou muito bom, e empolgante, e de qualidade.

Foi então que deixaram o nosso 9 fazer o pivô. Aviso aos zagueiros do mundo: não se deixa um centro-avante de qualidade fazer o trabalho de pivô, caras! Mesmo nessa época de caça aos noves tradicionais, mesmo nessa época babaca de que todo mundo tem que ser veloz e em que "falso 9" soa quase como um mandamento bíblico, não se deixa um 9 matar de costas pro gol, girar e achar alguém mais bem posicionado. Tsc, tsc. Erro fatal da zaga paulista, Fred achou Wagner na esquerda, que cortou pro pé fraco e soltou um tiro como manda o almanaque: fora de alcance pro Ceni. Belo gol, bela jogada, futebol em estado puro.

E como era a noite do estranho, teve gol de falta pro Flu. Nem lembro quando foi a última vez que vi alguém do Flu fazendo um gol de falta de cobrança direta pro gol. Mas o importante é que dessa vez o Conca fez, e que golaço! Daqueles em que o goleiro só consegue ficar parado e rezar. Mas nesse caso, rezar não adiantaria pro Ceni: São Nelson estava do nosso lado, e deve ter sussurrado ao pé do ouvido do Conquinha: "Na gaveta, moleque!", como em certo comercial de TV.

Admito, leitor! Pode ser que eu esteja tão encantado assim com o jogo porque ainda estou inebriado com o clima, talvez eu o esteja adjetivando com muito mais generosidade do que qualquer outro ser humano faria, mas, aqui pra nós, o que é escrever sobre futebol sem poder se inflamar? O que é futebol sem uma dose de paixão? E ainda digo mais: já havia decidido fazer esse texto quando o jogo ainda estava 1 a 1. Então, talvez seja paixão, sim, mas não pelo resultado. Pelo futebol. Três pontos pra ele.

PS: muito bom o time do São Paulo. Qualquer resultado hoje seria justo e não seria demérito do lado perdedor, como de fato não foi. E vale o adendo: Ganso, que eu via como eterna promessa, parece ter voltado a jogar bola, mas mais do que isso, parece ter encontrado graça no jogo. Não tem mais aquela atitude de "ah, eu sou f*** nisso aqui, mas f***-se", não é mais aquela menina bonita que sabe que é bonita e que a vida vai ser mais fácil por causa disso. O Ganso me parece ser agora aquela menina que sabe que é bonita e, indiferente a isso, quer cursar engenharia.

PSS: Torço que essa partida não tenha sido mesmo apenas um caso de epifania coletiva, que todo mundo comece a jogar bola como se deve jogar bola, como se tivessem algum interesse no jogo além do financeiro e usando todo o conhecimento de causa que hoje mostraram que têm. Oremos!

sábado, 20 de setembro de 2014

De zero a 100 em 3 segundos. Sem gastar gasolina. Interessou?

Pois é isso que promete a empresa QUANT (alemã, se não me engano) no comercial de seu novo carro, o QUANT e-Sportlimousine, movido a - pasme! - água salgada!

Eu não sou exatamente um amante de carros, tanto é que nunca sequer toquei no assunto por aqui. Mas sou um amante da inovação, principalmente quando é do tipo que vai contribuir pra diminuir a sujeira que a gente enquanto espécie tá fazendo no mundo.

O comercial é de empolgar. Obviamente, é pra isso que comerciais são feitos, mas mesmo desconsiderando a trilha sonora épica, as animações fantásticas e todos os cosméticos, focando apenas a informação técnica que é apresentada, o carro em si é de empolgar. Dêem uma conferida:


Claro que carro elétrico não é novidade, mas esse aí promete ir de 0 a 100 km/h em menos de três segundos, autonomia de até 600 km, em silêncio e abastecido com água salgada. Será bem legal se for realmente tudo verdade. A empresa obteve no fim de julho passado autorização pra produzir em larga escala e comercializar o carro na Alemanha e no restante da Europa. Vamos ver no que vai dar.

Certamente que isso vai ser caro e não vai ser pra mim, mero mortal. Mas torço que funcione, que se popularize, que barateie, e, principalmente, que não haja pegadinhas (do tipo: não funciona com qualquer água, tem que ser a Special Jamaican Water Plus 5000, só vendida pela QUANT e engarrafada por duendes em regime de trabalho escravo na China). Aguardemos. :)

sábado, 23 de agosto de 2014

Balada do asfalto

Porque ao fim de um dia cansativo (que deveria ter sido um dia de descanso, mas não) nada melhor que boa música e boa poesia.

Fiquem com Zeca!


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Vida!

Esse ano está sendo movimentado. Depois de todos os momentos punks que tive entre outubro e dezembro passados, tava esperando um ano bem normalzinho, tranquilinho, na maciota. O que estou tendo, no entanto, tá sendo bem diferente disso.

A começar pela mudança de endereço. Eu não saí nem do mesmo bairro em que morava, mas mudança é sempre mudança: muda (ba-dum-tsss!) muito da rotina. São novos espaços, pessoas, paisagens, problemas, toda sorte de de coisas pequenas que acabam te estimulando.

Vontade de viver é o que define. E sensação de estar vivendo, nada daquela impressão de que a vida estagnou, aquela coisa amarrada que me deixou de mau humor bastantes vezes nos dois anos anteriores.

Teve mudança no trabalho também, tenho participado de atividades para as quais eu não fui formado e que estão me levando a aprender, a testar, ver qual é... Participo/Oriento o Clube de Xadrez (fica a dica: xadrez uma vez por semana já te faz uma pessoa melhor, mais leve e menos preocupada) e o de Cartografia na escola, e apesar de ser trabalhoso, ambos têm feito um bem danado: mudam a rotina de sala de aula, são interessantes e o mais importante: todo mundo que vai de fato quer estar ali, o que é bem difícil de acontecer numa aula convencional.

Mas isso não quer dizer que as aulas convencionais estão ruins. Esse ano eu fui abençoado com turmas em que é fácil e divertido trabalhar, apesar de um ou outro revés inevitável. Eu tenho tido nesses últimos dias aquelas aulas em que saio feliz por ter feito as crianças enxergarem algo que é simples mas que parecia nebuloso pra eles até eu explicar. É uma sensação deliciosa, ver os que menos participam geralmente fazendo perguntas, testando hipóteses, tentando esclarecer as dúvidas (se um aluno faz uma pergunta coerente, significa que ele prestou atenção a ponto de conseguir organizar aquela pergunta na cabeça e fazê-la). Eu não tinha esse tipo de aula desde os primeiros anos de profissão, quando eu tudo era ainda novidade e eu era um poço de empolgação com a idéia de lecionar e com a beleza da minha Matemática. Tive isso hoje! Quão fantástico é!?

A maré é tão boa, que eu ando tendo sorte no amor e no jogo ao mesmo tempo, pensem só vocês! Do c**** isso, não? Minha namorada, conheci esse ano, então ela é uma daquelas belas "pessoas novas" que citei, deu um novo respiro de beleza em tudo. Uma garota discreta, linda, que não enche o raio do saco (quão poucos de nós, homens, somos abençoados com uma mulher que não enche o saco, fala aí?), com quem eu me sinto à vontade pra ser apenas eu. Uma pessoa com quem você pode conversar sem ficar medindo as palavras, sem ter medo de ser repreendido e sem pudores bobos, que capam a chance de criar verdadeiros laços de confiança é um tesouro. E ela ainda cozinha bem! Só não a pedi em casamento ainda porque ela não sabe jogar videogame (se vira aí, amor :P), mas ninguém é perfeito, correto? Haha. E quanto à sorte no jogo: almighty Fluzão tá jogando por música, fácil, bonitamente há mais de um mês, e a perspectiva é de continuar assim, então mesmo que não ganhe nada de título (mas vai ganhar) o ano de 2014 já terá valido a pena, que futebol é mesmo arte, ganhar faz parte.

Por último, mas nem um pouco menos importante: jogo bola duas, até três vezes por semana, com uma galera tranquila e cada vez mais entrosada; e 2014 tem sido um ano bem legal pra jogos eletrônicos também, so it's heaven on Earth!

Perdoem-me pelo enorme relatório de coisas que ninguém perguntou, eu sei que você, leitor, não merecia isso, mas também você não era obrigado a ler, leu porque quis u.u larirá...

Por fim, um agradecimento: valeu aí, Deus! Tá mandando bem demais!


segunda-feira, 14 de julho de 2014

A grande questão

Eles chegam com grande promessa; na hora do "vamo ver", não arrumam nadinha; ainda assim ficam cada vez mais podres de ricos; e o povo, por sua vez, fica naquela de espectador, personagem e vítima de todo o tragicômico espetáculo.

A única questão que fica é: eu tô falando aqui de futebol, ou de política? Rá! Gotcha!



PS.: Apesar da suave crítica, essa Copa do mundo foi massa pra c*****! Deveria ter uma a cada quatro meses, não anos!

PPS.: SeleFlu está de volta, finalmente! Amém, Aleluia!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Brasil fazendo brasilzice.

O jogo de abertura da Copa teve a cara do país.

Primeiro, o Neymar mostrando que, às vezes, é uma questão de jeito, e não de força. Depois, o Fred encarnando o "São Migué" e fazendo uma encenação que valeria um papel de destaque em qualquer pastelão mexicano, mas de novo, sendo tipicamente brasileiro: se a coisa tá feia, damos um jeito, mesmo que não seja o mais bonito (tanto do ponto de vista estético quanto do moral). No terceiro, o Oscar, que aliás acabou com o jogo ontem, usou muito talento, muita raça e o improviso (uma bicuda estilo Ronaldo Fenômeno contra a Turquia em 2002) pra fechar a conta.

Quanto ao gol contra do Marcelo? Esse representou a inclassíficável cerimônia de abertura que vimos horas antes do jogo: uma coisa tão tosca que só pode ter sido feita sem querer.

PS.: Salvou-se o pontapé inicial, que divulgou o trabalho do Miguel Nicolelis, cuja competência a gente que tem um pouquinho de curiosidade sobre ciência nesse país conhece já de outros verões. Que ele continue trabalhando e inspire o resto do país. Ainda existe seriedade nessa nossa gente.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

8 ou 80.

Parece que politicamente no Brasil, ou você joga na lateral direita ou na ponta-esquerda, não existe meio campo. É como se o país estivesse dividido entre aqueles que acham que o país é o paraíso, Dilma é a papisa e Lula é Deus, e os que acham que aqui é o inferno, Lula é o tinhoso e Dilma é, sei lá... o Ozzy Osbourne.

Uma das implicações mais chatas dessa situação é a dificuldade que os meros mortais, como eu, que estão naquela de primeiro tentar entender o que tá acontecendo pra depois formar opinião, encontram pra se informar.

Explico: não basta que a gente simplesmente leia a notícia; a gente precisa ler levando em consideração onde está lendo, calculando qual a orientação política de tal fonte e então pegar todo o conteúdo da matéria e dividir pelo que chamo de "coeficiente de arrefecimento de babaquice", pra poder poder diminuir a influência da opinião pessoal de quem escreveu e chegar mais perto do que realmente talvez tenha acontecido.

Claro, não é nenhuma novidade que o mundo midiático seja dominado por gente inflamada de paixões partidárias e desejosa de angariar adeptos, mas, tipo, será que ninguém percebeu ainda que, apesar de ser comum, isso não é "normal"? Seria muito legal se eu pudesse pegar uma reportagem que simplesmente REPORTASSE algo. Tipo: aconteceu tal coisa, em tal lugar, em tais circunstâncias, com tais personagens e pronto! Tão mais simples!

Quem sabe um dia, né?

terça-feira, 29 de abril de 2014

Um grande amor do passado.

No começo da semana - vulgo "ontem" - foi anunciada oficialmente a compra da Nokia pela Microsoft. O que significa, entre outras coisas, que a marca Nokia em breve deixará de existir, dando lugar até mesmo nos celulares à da companhia estadunidense, como aconteceu no caso da pequena Ericsson, que foi comprada pela Sony nos áureos tempos pré-Android-vs-iOs-vs-WindowsPhonePelasBeiradas. Não sei se você já percebeu, mas não existem celulares Sony Ericsson há alguns anos no mercado.

Isso é uma coisa que é tão triste, mas tão triste, que eu sequer consegui encontrar em meu vasto vocabulário (só que não)  um advérbio de intensidade que fizesse jus. Sério mesmo. A Nokia sempre foi uma companhia simpática, que tinha sua sede na Finlândia, que me parece um país simpático (tenho mais empatia com a Finlândia que com os Estados Unidos, pelo menos) e além de todos esses relevantes, imparciais e cientificamente comprovados fatos há ainda o detalhe: os celulares Nokia sempre foram muito bons.

Tão bons, que o maior amor da minha vida em termos "celularísticos" é meu finado N78.

N78: S2, coraçãozinho, corassaum
O bichinho era, como diz minha namorada, muito-muito-muito-...-muito bom! Foi o único celular que tive com câmera com auto-foco que funcionava de verdade. Sério, funcionava! A bateria durava três dias! TRÊS DIAS inteiros! Desafio qualquer Galaxy SX, com X tendendo ao infinito, a ter uma bateria que dure três dias com eu jogando nele o tanto que eu jogava nesse N78. E eu jogava muito! Não tem tela de toque que seja mais confortável pra jogar do que esse direcionalzinho com "cima", "baixo", "direita", "esquerda" e "Ok" e as teclinhas laterais de navegação ou que o teclado numérico. Foram horas e horas com Real Soccer, Heroes Lore e outros joguinhos Java que acabavam com o tédio de qualquer sala de espera. Dias épicos.

Ah, e tinha WiFi! Essa bagaça tinha um processador de trezentos e poucos megahertz e dava conta dum sistema com uma câmera excelente, jogos, WiFi (vá lá que o navegador não era grandes coisas, admito) e todos esses cosméticos que se espera de um celular.

Infelizmente, a Nokia não soube se adaptar aos novos tempos e teve que se render. Mas tem um lugar especial no meu coração, foram muitas emoções, muitos anos de convivência. Espero comprar algum Lumia ainda esse ano. Claro que não vai ser por alguma homenagem ou esse tipo de bobeira, vai ser porque Android é um pé-no-saco e iOs é pra otário que dá 2000 reais num telefone rico. Enquanto isso, vou me virando com meu pequeno Asha que nunca me decepcionou. :)

Ps: Se você veio aqui atraído pelo título e esperando completamente outra coisa do post, pelo menos comenta aí embaixo pra que sua passagem não tenha sido em vão. ;)
Pps: Se você é algum tipo de ultra-nerd-alienígena que inventou um sistema operacional móvel que rode decentemente num aparelho com 300 Mhz de clock e 96 MB de RAM, como o Symbian funcionava, porém mais atual, me avise. De repente eu compro um N78 em algum lugar, se é que existe ainda.
Ppps: Se for mesmo o caso de você ser um ultra-nerd-alienígena, fique longe da Área 51. Só pra avisar mesmo.
Pppp.....s: Não tem Área 51 na Finlândia, que eu saiba. Fica a dica.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Eu detesto aquele líquido preto e docinho e light.

O Zeca Baleiro é pra mim um compositor e intérprete interminável. Sua poesia e sua música são das poucas que ainda me dão orgulho de ser brasileiro, essa coisa cheia de ritmo, de significado, de talento e de nordeste. Curtam "Eu detesto Coca Light" no vídeo, letra riquíssima:



domingo, 13 de abril de 2014

Porta nova

Hoje em dia eu tenho um sorriso do qual me lembrar, logo cedinho, com a manhã; tenho cabelos os quais bagunçar, mesmo sob protestos.

Hoje em dia eu posso fazer as piadas de sempre e sei que você vai entender, que nem vou precisar me preocupar em explicar e arriscar tirar toda a glória do momento. Vai entender, e pior: você vai realmente achar graça!

Hoje em dia eu posso perder vergonhosamente pra você naqueles joguinhos de colar bolinhas da mesma cor, posso me divertir com sua impressionante dificuldade nos "meus" jogos e podemos morrer juntos no Bomberman, onde minha falta total de talento compensa sua pouca experiência e nos coloca praticamente no mesmo nível.

Posso assistir diversos animes e ter que te explicar de novo o que aconteceu há trinta episódios, porque você tava muito ocupada olhando suas unhas quando explicaram da primeira vez; posso tomar bronca pra ser mais cuidadoso com a casa e minhas coisas; podemos até mesmo não assistir ótimos filmes e documentários juntinhos, porque um dos dois cochilou nas melhores partes ou simplesmente ambos caímos em sono profundo o tempo todo, mesmo.

Podemos planejar noites longas e românticas, e também simplesmente apagar de cansaço muito antes de a noite merecer qualquer adjetivo sequer parecido com "longa", porque temos vidas ocupadas e cansativas.

Hoje posso muito mais coisas legais do que já podia quando estava sozinho e, de bônus, me sinto mais tranquilo.

Então, minha morena, muito obrigado por tornar meu mundo ainda maior, as possibilidades ainda mais numerosas, por fazer tudo parecer mais fácil.

Amo você. :)

quarta-feira, 26 de março de 2014

Lições do Caranguejo

O Caranguejo me ensinou:

Um dia de cada vez
Por mais que a máxima do AA seja manjada e sua idéia seja simples, posso dizer que só entendi de verdade seu significado agora, com todos os inconvenientes do tratamento penoso. Quando a dificuldade é muito grande, o mais certo é passar a encarar um dia como uma porção de tempo auto-contida, isolada. O sofrimento de hoje é só de hoje, por mais que a perspectiva pra amanhã não seja boa. Amanhã você pensa nisso. Tudo fica mais suportável sabendo que vai haver um recomeço e sua sorte será lançada novamente no dia seguinte, e pode calhar de ela ser boa.

Palavras são só palavras
Então, toda essa história de gente que te diz "eu te amo" e "você é importante pra mim", você precisa saber até que ponto levar a sério, precisa fazer certo pouco caso disso, levar na esportiva, porque na hora que as circunstâncias ficam realmente complicadas, alguns desses, o máximo que conseguem fazer é continuar repetindo "eu te amo" e "você é importante pra mim", sem mover uma fibra pra te dar força de verdade. Esvaziando de significado declarações que deviam fazer muita diferença, que deviam mudar as coisas, fazer tudo acontecer. Portanto, a atitude é não esperar muito das pessoas, não importa quais promessas te fizeram, a não ser que elas façam mais (e com mais urgência) do que dizem. Não dá pra cuidar de alguém só com poesia.

Você tem sua família...
...e quase ninguém mais. Isso é uma verdade e não precisa ser encarada como algo triste. Desde o começo, é sua família que fica por perto em qualquer cenário e, no mais, as outras pessoas têm suas próprias vidas e seus próprios problemas. Então, você tem os seus, aqueles que são os seus desde sempre (principalmente seus pais!) e que precisam ser valorizados, pra quem você deve tudo e em quem você deve ficar de olho. Essa é sua base, esse é seu chão. Daí, se tiver a sorte de poder incluir mais algumas pessoas nesse grupo (e isso demanda muito tempo, muita vida), é lucro e é sempre bom.

Nota: Por mais que pareça, não foi minha intenção, com o parágrafo anterior, candidatar esse texto ao recorde mundial de densidade de pronomes possessivos. Até revisei, mas, vai ficar assim mesmo. Queiram me perdoar. 

Pessoas são fortes
Ver crianças e velhinhos lutando bravamente, em histórias bem mais complicadas que a minha, e ainda sendo cordiais comigo, sorrindo, vivendo... Pessoas são criaturas extraordinariamente fortes.

segunda-feira, 24 de março de 2014

O mundo é o bastante?

Com todas essas previsões de colapso da civilização que andaram pipocando ultimamente, como todas essas guerras estourando na Ucrânia, na Líbia, na Síria, com tantos aviões desaparecendo, com o número de pessoas que possuem um smartphone tendo alcançado a casa dos bilhões, fica a questão: o mundo é o bastante?



Is the world enough? by megan7 on deviantART

quinta-feira, 20 de março de 2014

Linda em inglês, linda em português.

Há bastante tempo conhecia a canção chamada "Mary", do álbum Les Retrouvailles, do Yann Tiersen.
Hoje, descobri "Depois que o sol brilhar", uma versão (não tradução direta) em português interpretada pela angelical Fernanda Takai do Pato Fu (não, esse não é o nome dela, mas bem que podia :D ).

A seguir, uma e a outra. Apreciem!


____________________________________________________________


domingo, 16 de março de 2014

Sexy, sem ser vulgar.

Já falei ou tive vontade de falar um bocado de vezes aqui sobre a indignação, a revolta, o asco que me causa a massificação da vulgaridade nas mais famosas canções do nosso belo, singelo e singular país.


Bem, tanta revolta pode ser confundida com puritanismo, com a tradicional defesa da "moral e bons costumes". Pode até ser, vou concordar, que no fim acabe servindo pra isso. No entanto, devo esclarecer, antes tarde do que nunca, que meu motivo é bem outro! Não é defesa da moral e dos bons costumes, é antes uma investida contra a breguice, a falta de estilo, a carência de elegância.


Não, sexo não é assunto proibido, já deixou de ser tabu muito antes de terminar o século passado, quanto mais nesse. Pode falar de sexo, mas tenha estilo! Não seja só mais um pobre de espírito e sem talento que simplesmente arrota um refrão chulo, como já fizeram centenas desde os idos tempos do É o Tchan e até antes (com algum sucesso financeiro, admito, mas dinheiro é o de menos, não?... Não!? Agora fui surpreendido!), faça pelo menos um negócio um pouquinho mais elaborado, tenha uma certa sutileza, preste atenção às letras do Kid Abelha (sim, é Abelha, não o que você pensou antes, mente suja!) que estão povoadas de erotismo disfarçado.

E, pra dar um exemplo claro de alguém que já fez isso, fica pra vocês a música mais elegantemente sexy sem ser vulgar já composta na história da humanidade (entre todas as músicas que eu conheço): "Soneto do teu corpo", do Leoni e do Moska.



terça-feira, 4 de março de 2014

O Mistério

Não é que eu ande sem o que dizer, mas já é tradição por aqui: quando passo muito tempo sem postar, volto com música boa. Então, música boa será!

Apreciem:

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Vida mata!

Frase de duas palavras, que li de passagem num muro qualquer da cidade, enquanto voltava em mais uma viagem de ônibus.

Claro, foi o que me bastou pra devanear o resto do caminho, porque é tão profunda quanto trivial.

Vida mata, sim. Mas tempo mata também.

E mesmo não sendo útil morrer de vida de bobeira, ainda é melhor morrer de vida que de tempo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O vento vai dizer!

Mais uma da série "Na dúvida, música!"
Enjoy, pequenos gafanhotos e gafanhotas!

PS Filosófico: se lê "gafanhôta" ou "gafanhóta"?
PS Filosófico 2: provavelmente "gafanhoto fêmea" ;)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Soturno

Um calmo par de lentes observa a agitação do mundo ao redor. Sim, O Grandioso Mundo Ao Redor! Lá, exatamente onde está você.

Você, que pode ser o jornaleiro de bicicleta e roupas do século 19, apressado pra cumprir seu dever. Que pode ser a mulata desenvolta no centro da roda de samba, ou no palco do anfiteatro da ópera.

Pode ser o ouvinte atento, embebido pelo drama, ou o moleque ligeiro jogando pedrinhas nas janelas alheias, enérgico demais pra ter tempo de pensar antes de fazer.

Talvez o cavalheiro, salvando o dia da donzela e o gatinho do - não muito - alto galho da árvore, o herói; ou ainda o esguio ladrão, que acabou de bater aquela carteira: gestos graciosos e competentes, insuspeito e a feição do triunfo estampada.

Você pode ser qualquer um.

Eu? Eu sou o par de lentes.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Na madrugada

Quando você tá com sono, mas não dorme, tá sem paciência pra pensar na vida, sem vontade de assistir qualquer coisa, sem concentração pra jogar, em plena sexta à noite, quase sábado, o que você faz?

Explora:


Música pode não ser a solução pra tudo, mas... Nah, ela é sim!