quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Um ano estranho.



Music by ~AlexMassacre on deviantART

Tenho um milhão de histórias difíceis pra contar sobre esse 2013. No entanto, como quase sempre são as coisas mais simples que mostram a real intensidade de tudo que aconteceu, vou dizer apenas o seguinte: esse ano foi, de longe, o que eu menos gastei tempo ouvindo música desde... Sempre! Apesar de ter sido, acho, o que eu mais compartilhei música aqui, talvez justamente por isso.

Aliás, 2012 eu já tinha diminuído bastante, mas ainda ganha desse. O tanto de música que a gente ouve, acho que é um bom termômetro do quanto a gente tá bem.

O estado em que as coisas andavam na minha cabeça me deixaram sem paciência pra poesia, e isso é grave, principalmente porque eu sempre tive muito gosto em cultivar, divulgar e "cavucar" música, descobrir.
  
Felizmente, uma hora as coisas andam. E a prova cabal de que andam é, mais uma vez, uma coisa simples: a playlist que preparei e ouço no exato momento em que escrevo esse post! Que Coldplay, Zeca Baleiro, Queen, Leoni e os Gorillaz estejam anunciando um tempo mais leve e mais feliz. Nós merecemos!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Não adianta...

Não adianta,
Não adianta nada ver a banda,
Tocando "A Banda" em frente da varanda,
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.
Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança,
O sonho acabou,
E o que adiantou?
Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço,
E tenho um canto,
Um velho endereço,
O resto é com vocês,
O resto não tem vez.
O que importa,
É que já não me importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta,
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.
Não quero nada,
Não deixo nada, que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta,
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.
Não adianta,
Não adianta, que não adianta,
Não é preciso, que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?
Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?
Fica melhor ouvindo:

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

domingo, 6 de outubro de 2013

Os lugares mais maneiros que eu nunca visitei

Templo de Angkor Wat, Camboja
Lara Croft já esteve aqui.

Essa singela construção, símbolo nacional do Camboja (tanto que aparece na bandeira do país) é considerada a maior estrutura religiosa já construída. Desde 1992, é patrimônio da humanidade pela UNESCO. Faz parte do assentamento de Angkor, vale a pena uma googlada pra conhecer mais.

Lençóis maranhenses, Brasil

Nosso nordeste dispensa apresentações, né? O litoral principalmente. Esse é um dos que vou certamente conhecer.

Baía de Ha Long, Vietnã


Não bastasse a beleza óbvia do lugar, o "plus" é a diversidade de explicações míticas interessantes pra sua existência: há quem diga que um dragão que dorme no fundo é o responsável pelos acidentes geográficos da simpática paisagem. Que São Jorge não passe por aqui.

Cenotes de Chichén Itzá


Água cristalina, caverna com um buraco no teto por onde passa a luz do sol, no coração da fascinante civilização Maia. Partiu Chichén Itzá?


Gostou da listinha? Quer contar sobre algum lugar tão maneiro quanto esses? Sinta-se à vontade pra comentar! Abraço, e vamo que vamo!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Assim dizia Maquiavel


"Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz, aprende antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade, é natural que se arruine entre tantos que são maus."

Trecho d'O Príncipe.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Filhinho!

Há pouco, revendo minhas postagens antigas (ou seja, todas, já que isso aqui tá bem abandonado) percebi um grave erro de minha parte: nunca, ou quase nunca, postei sobre jogos, eles que são tão fiéis companheiros de incontáveis horas, aventuras e viagens! Desfarei esse absurdo agora fazendo um singelo review do meu querido console portátil.

Senhoras e senhores, com vocês, o simpático Playstation Vita!

Uma belezinha, não?

Vou dividir minha análise em tópicos, porque assim... Neh, é só porque eu quero mesmo. :)

1. A voz do povo é a voz de Deus...
... e ela grita: "o PS Vita é um console sem jogos". E, comparando com os demais consoles de grandes empresas no mercado isso é uma grande e triste verdade. Mas isso tá começando a mudar esse segundo semestre, e nós já temos títulos lançados ou a caminho que podem elevar a biblioteca do Vita ao status de "respeitável", como por exemplo Uncharted: Golden Abyss, Muramasa Rebirth, Dragons Crown e Batman Arkham Origins Blackgate. Além disso, a quantidade de bons jogos de PSP e PSOne que rodam bem no Vita ajuda a diminuir esse probleminha.

Dois pecados graves é que ainda não temos nem previsão de quando e se veremos um Pro Evolution Soccer e um Monster Hunter exclusivos pro Vita, apesar de você poder baixar as versões PSP de ambos nas PS Stores de alguns países.

2. Funciona?
Maravilhosamente! Eu nem lembrava qual tinha sido a última vez que eu tinha comprado um gadget que entregasse tudo que prometia, sendo tudo fácil de usar, sem necessidade de muitos rodeios. No Vita, a única coisa com a qual eu tenho implicância é o aplicativo do facebook, que costuma dar umas travadas inexplicáveis. Fora isso, tudo roda liso, uma lindeza!

3. Por falar em aplicativos...
A Sony deixou claro que o Vita é, antes de mais nada, um dispositivo pra jogos. Mesmo assim, tem alguns programinhas bem feitos e úteis, como o TweetDeck (cliente para o Twitter), um app de sistema pra ver email inclusive com suporte a múltiplas contas, Youtube, Netflix, dois ou três apps de desenho, Google Maps e otras cositas más.


4. "Shut up and take my money"

É, Fry, não tá fácil!


diria Fry, diversas vezes, se tivesse um Vita. Isso significa duas coisas: primeiro, tem e tá sendo feita muita coisa boa pro console; segundo: é tudo um tanto caro. Vá lá que se você tem um console não destravado você gasta com ele tanto quanto gastaria com o Vita, mas a gente sabe que isso é raridade nesse nosso Brasil varonil, e o Vita ainda não tem destravamento, então ainda não é um console para os que têm carteiras não muito confiáveis.


O próprio console já não sai por menos de R$ 750,00, e ainda assim, só no mercado livre. Em lojas, menos de 1000 Dilmas não vão servir pra você conseguir um bichinho desses. Outra é que ele não serve de nada sem um cartão de memória e os cartões do Vita são de formato proprietário, até hoje nenhum chinês  ninguém criou uma versão xing ling third party de cartão, então você vai ter que comprar os da Sony, que são absurdamente caros (nota: o Vita costuma vir com um cartão de 4 GB nos pacotes vendidos na maioria das lojas, mas isso é defintivamente muito pouco, você vai querer pelo menos 8 GB).



5. PSP + "Excalibur" + "Save the Queen" = PS Vita

O enigmático (menos pra quem já jogou Final Fantasy Tactics) título acima significa uma coisa muito simples: é muito mais maneiro jogar os jogos de PSP no Vita que no próprio PSP. A tela maior (mas não tanto que borre a imagem) é só a vantagem óbvia, ainda dá pra citar os tempos mais curtos de carregamento durante os jogos e o "pulo do gato":  você pode usar o analógico direito no lugar de quase qualquer outro botão do PSP original. Esse último recurso é extremamente útil em particular no Monster Hunter, pra controlar a câmera sem precisar fazer a infame "garrinha".

A milenar técnica da "garrinha" desenvolvida pra jogar MH no PSP

No fim das contas, vale a pena?
Avaliando prós e contras, pra mim vale sim. Se fosse pra recomendar pra um amigo, por enquanto, eu diria que ainda é melhor pegar um PSP, porque é mais fácil ter acesso aos cartões de memória e aos jogos, e você não perde nada do que é vital num console portátil, mas o Vita tá se tornando cada vez mais atraente.
Eu não me arrependi nem por um segundo de ter comprado o meu (e lá se vai quase um ano e meio desde então) e tenho, como dá pra perceber pelo tom geral do texto, até certo orgulho dele.

Pronto, erro desfeito, vou ali jogar um pouco. Até mais ver!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

The Setup

O cenário perfeito pra escrever é o silêncio, rompido só por algum ruído baixo e insistente - há sempre uma máquina pra isso -, pouca luz, solidão e um punhado de dúvidas na cabeça.

Algum tipo de sentimento controverso sempre ajuda, mas não é necessário, tampouco suficiente. Não se faz comida só com tempero. Há de haver sustância, e ela reside nas idéias, que por sua vez moram no escuro, no silêncio, na solidão e nas dúvidas.

E há de haver a epifania, o ímpeto, o estalo. Esse que, mais do que tudo, é amigo do acaso e traidor do poeta.

Segue que escrever é se afeiçoar ao obscuro, brincar com o incerto, desencavar ouro.

Então salve o palco dos nossos sonhos, salve o calabouço da nossa imaginação! Um viva aos recônditos do engenho humano: eles que nos livram da infértil segurança das certezas!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

"Journey"

Jogos e música combinam-se com maestria em certas obras, desde sempre e cada vez mais. Um exemplo recente é Journey, exclusivo do PS3.

No vídeo, duas das músicas da trilha sonora, tocadas em cosplay, pra dar um tom ainda mais charmoso à execução. Curtam!

sábado, 13 de abril de 2013

Teoria Ingênua da Dinâmica do Homem.

Imagine uma folha em branco. Agora imagina ela crescendo, suas bordas se expandindo muito, muito. Mas muito mesmo!
Uma folha do tamanho do mundo!

Chegou lá? Prossigamos:

Tem agora um ponto preto nessa folha. Imagina que você pode mover esse ponto com o olhar. O ponto vai andando, obedecendo ao seu comando a maior parte do tempo, mas eventualmente alguma força invisível e incontrolável altera a trajetória do seu avatar puntiforme e não há nada que você possa fazer, a não ser esperar que ele volte pro seu controle.

Observe seu ponto um pouco mais. Ande com ele pela folha, explore seu mundo, preste atenção.

Olha lá: tem mais um ponto. Ele se move numa trajetória que só eventualmente se encontra com a sua. É possível que esteja sob o olhar de uma outra pessoa, mas nunca vamos saber, nem podemos fazer nada sobre isso.

Tente acompanhá-lo um pouco. Você não pode adivinhar pra onde ele vai. Na verdade, não pode adivinhar pra onde "você" vai, pra começo de conversa. Como pode acompanhá-lo? Será que dá?

Agora são 7 bilhões de pontos! Cada um com sua própria trajetória, se movendo de como bem os apetece, às vezes só empurrados pelas "forças invisíveis e incontroláveis". Consegue ver a confusão?

E o nosso segundo ponto, ainda consegue saber onde ele está no meio disso tudo? Se te interessasse segui-lo, quão grande seriam o esforço e a paciência que você teria que ter pra conseguir essa companhia por algum tempo? E pelo resto da vida, então?

Essa é a metáfora. E talvez a explicação.

terça-feira, 19 de março de 2013

Notas sobre hoje

1. Faz um frio delicioso;
2. Depois de muito tempo, consegui me transportar pra dentro de um livro,
ignorando tudo que acontecia ao redor;
3. A vida é bonita, mas...
4. Certas coisas deviam ser mais simples;
5. Esse texto imita o estilo de certos trechos do tal livro. Descubra-o.

sábado, 9 de março de 2013

Skyline

Quem gosta das músicas - as boas e velhas - do gênio instrumentista francês Yann Tiersen ficou no mínimo intrigado com o lançamento do disco Skyline, que praticamente aboliu o piano e usa muito menos o violino do que os fãs estão acostumados (aliás, se você nunca ouviu, conheça as músicas dele!).

Eu estranhei. Mesmo assim, depois de um tempo, deu pra acostumar. Ainda que bem diferentes, mantêm a essência da obra: a capacidade de te fazer entrar em transe.

A seguir, um aperitivo do álbum:

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Espanca

Há coisas que são tão boas que merecem repost, rerrepost, rerrerrepost, re... Já deu pra entender, né? Apreciem:

FanatismoMinh'alma, de sonhar-te, anda perdida. 
Meus olhos andam cegos de te ver. 
Não és sequer razão do meu viver 
Pois que tu és já toda a minha vida! 

Não vejo nada assim enlouquecida... 
Passo no mundo, meu Amor, a ler 
No mist'rioso livro do teu ser 
A mesma história tantas vezes lida!... 

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa... 
Quando me dizem isto, toda a graça 
Duma boca divina fala em mim! 

E, olhos postos em ti, digo de rastros: 
"Ah! podem voar mundos, morrer astros, 
Que tu és como Deus: princípio e fim!..." 

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Das histórias bem contadas

Devo reconhecer que não sou tão "rodado" em literatura quanto deveria ou como minha cara de nerd talvez sugira. Me faltam alguns clássicos - não li nada de Shakespeare, por exemplo, a não ser aqui e ali, por acaso - e tenho lido pouco nos últimos meses.

Mesmo assim, em valores absolutos, li um bom bocado. Tanto que consegui já perceber que existem histórias que são melhores pelo jeito como são contadas do que pelo que realmente contam.

Tome "As intermitências da morte", do Saramago, como exemplo. São três ou quatro histórias num livro só, cada uma delas venderia muito bem sozinha, entrelaçadas apenas pelo pano de fundo comum: a morte parou de matar. A narrativa te leva de uma visão "aérea", impessoal, em que você se vê no papel de um governo que não sabe o que fazer com os seus vivos que insistem em não morrer, num momento, até o íntimo dos pensamentos daquela particular "Dona Morte" que resolveu largar o trabalho, passando por outras histórias curtas no caminho. Tudo isso escrito com uma pontuação que parece ter sido feita aleatoriamente, só pra complicar. Tinha tudo pra ser um "A Árvore da Vida" impresso: pretensioso, mas completamente sem sentido ou graça. Mas não, As Intermitências é inacreditavelmente bom e o motivo é muito simples: Saramago.

Ele não se contenta em simplesmente dizer o que tem pra ser dito, ele faz isso de uma maneira tão elegante, com as palavras tão minuciosamente bem colocadas que você sente um tanto de vergonha: "se eu tivesse que dizer isso, não soaria tão legal". E aí você se pega lutando pra adivinhar as vírgulas.

Isso é o que torna tudo tão fantástico, tão prazeroso, que te faz engolir o livro em umas poucas horas, mesmo tendo que frequentemente reler três ou quatro vezes uma sentença.

É o que faz também Machado de Assis em Dom Casmurro.

"Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz
aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu."

O simples acrescer desse "e de chapéu" faz o milagre acontecer. É o que eu nunca teria pensado em dizer quando descrevesse meu encontro com alguém. E isso é só a primeira frase do livro. Fica melhor, fica muito melhor.

E você percebe que não importa se Capitu traiu ou não, ou qualquer outra coisa que o enredo queira, o que importa é que essa história foi uma vez escrita, e escrita assim, pra que num desses dias marotos você pudesse se dar ao deleite de comê-la. Saboreá-la e ter aquela pequena epifania que só os bons escritos, os realmente bons, te conseguem dar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Inspiração?


To the Sea by ~Daron-Kel on deviantART

O mar: passei toda a vida perto dele. Não desenvolvi nenhuma relação de amizade, no entanto: não sou um amigo das ondas, não posso dizer que aprecio água salgada.

Por outro lado, não deixo de reconhecer sua imponência. Ao contrário, das forças todas que superam com  facilidade a humana, de todas as coisas que existem pra nos lembrar da nossa pequenez, é uma das que mais admiro.

Viver perto, ouvir de vez em quando, não ser capaz de medir seu tamanho, perder o olhar na sua grandeza, tudo isso me tranquiliza.

Como se o imponente oceano fosse um guardião. Enquanto ele estiver ali, posso voltar e sentir tudo de novo.