terça-feira, 6 de setembro de 2011

Desaprendemos?

As pessoas reclamam de terem relacionamentos frustrados, terminando cada vez mais cedo e por motivos mais fúteis, e ficam procurando os motivos pra tantos fins à jato. Pra mim é meio claro o motivo: ninguém se guarda mais pra ninguém, nem pra si mesmo. Sentimento é, em certo sentido, igual a dinheiro: se você poupa, você sempre tem um pouco pra enfrentar as épocas de crise. Mas se a política é do "coma o quanto puder", aí, dia de muito é véspera de nada, né?

Relacionamento, muito mais que amor, paixão ou como queira, exige tempo, paciência e habilidade para engolir sapos de vez em quando. Exige prática, investimento de muito numa pessoa só, mas esse muito tem que ser diluído ao longo do tempo. Doses homeopáticas, porque quanto mais rápido você se joga, mais rápido dá com a cara no chão.

A gente tá chegando aos vinte e poucos vazio de qualquer romantismo ou esperança de poder olhar pra uma pessoa e dizer: "eu te gosto, de verdade", só porque construir e preservar isso custa tempo (principalmente quando o mundo é esse grande self-service sem balança); só porque é mais fácil dizer "eu te amo" no primeiro enontro, fazer tudo que dá na telha no primeiro mês (ou ano, que seja), e aí esvaziar a história de qualquer sentido, utilidade, efeito psicológico ou motivo para dar certo por mais tempo.

A Taís certa vez me deu um conselho que pretendo nunca esquecer. Em outras palavras ela me mostrou o seguinte: se você quer que uma história dê certo, se ela der certo, vai chegar um momento em que a coisa que você mais vai fazer com sua companheira vai ser, simplesmente, conversar. Nada mais. Isso é tão óbvio quanto ignorado por todo mundo. Porque se isso fosse levado em consideração, nossas preocupações ao escolher um alguém não seriam se esse alguém tem dinheiro (coisa que vai mudar com o tempo, pra melhor ou pra pior, mas muda), ou se é bom de cama.

"Ah, mas eu tenho que viver o agora!". É, e "viver" virou sinônimo de "Aaah! Vamo cair pá dentroo!" e toda essa entrega ao instinto e à selvageria (e eu não me refiro apenas a sexo aqui, não seja simplista!).

Não é à toa que o casamento é visto como instituição falida. Todo mundo desaprendeu!

PS.: A interrogação no título do post não passa de eufemismo de um otimista.

3 comentários:

  1. Gosteii Mariiano..
    Faço minha as sua palavras...
    amo seu blog.. ^^
    bjo

    ResponderExcluir
  2. =) obrigado por gostar, visitar e comentar!
    bjo

    ResponderExcluir
  3. E logo você que diz que a Vierbrunen é quem dá vida ao que diz...

    Parabéns por sua análise fidedigna. Não obstante, pareço desse mal, da "fast-foolidade", mais 'fool' do que de fato, alimento!

    ResponderExcluir