Certa feita estava conversando com um amigo que tinha acabado de ser sacaneado por uma garota e comentava: hoje em dia, associar o seu nome ao de outra pessoa é um negócio perigoso demais.
Existem mil e um(ns) motivos óbvios pra justificar o comentário, mas tem unzinho mais sutil que pouca gente percebeu até agora: nós somos mal "treinados" para amar. O que a gente aprende é a cultura do "agora ou nunca", do "é meu e ninguém tasca", do "amor eterno à primeira vista", essas coisinhas que, sinto informar caso ainda não tenha percebido, não existem. A gente aprende a se apaixonar, com toda força, toda vontade, todo tudo ao quadrado e meio, e depois quebra a cara e fecha o coração. Aí, ou se desilude de vez e cai na malandragem (pra não usar termo mais apropriado e menos elegante) ou se desilude, e ponto.
Não percebemos que a paixão é um sentimento autofágico e que a eternidade não é uma coisa tão natural quanto parece e, definitivamente, não está ao alcance do ser humano por si só. O que significa duas coisas: primeiro, quanto maior for o fogo da paixão, mais rápido vai tudo pras cucuias. Vale mais um fogo brando que dure muito tempo. Depois, o "pra sempre" geralmente acaba. E, pasme: isso nem precisa ser um trauma.
Isso, obviamente, não quer dizer que você não deve se apaixonar ou fazer planos com sua alma gêmea. Mas tenha em mente que sua vida não é novela das oito. Depois do casamento, não vão subir os créditos e nem rola o "e foram felizes para sempre". Pé no chão é essencial. Sinceridade também. Mas aí, é preciso outro cuidado.
Ser sincero não significa fazer um relatório completo do seu dia e dos seus pensamentos pra outra pessoa (e, muito menos, exigir isso dela). Todo mundo sabe os limites impostos por um relacionamento. Você sabe que suas atitudes tem reflexo sobre o nome da outra pessoa, você tem responsabilidades. Sabendo disso, você tem noção do que deve e do que não deve fazer. Logo, o relatório é desnecessário. Até porque, por mais que os dois se conheçam, é importante que exista algo que ela não sabe sobre você. A descoberta é um dos mais eficientes combustíveis de uma relação saudável.
O que você quer ser: companheiro ou dono? Ajuda se perguntar isso de vez em quando.
Outra ilusão legal é que a gente sempre entra num namoro querendo ser feliz. Eu quero ser feliz com ela. Eu quero ser feliz. Eu quero. EU. Percebeu? Pois é, assim não rola. É mais fácil e mais agradável quando você tenta fazer a outra pessoa mais feliz. E não é fazê-la feliz para sempre, viver num mar de rosas, etc, etc, caixinha de fósforo... Nada disso. São coisas simples. Lembra do Orkut: "ser simples é ser incrível"? Pois é, rapá, o Orkut sabe das paradas, tá ligado? Ninguém precisa ser James Bond pra fazer sua garota se sentir a mais bonita, segura e protegida de todo o mundo por alguns instantes. E é disso que o amor se faz: instantes, cuidado, zelo. Com gestos simples você pode ser o cara mais incrível do mundo (na opinião de mais alguém além da sua mãe).
Só que tem (mais) uma coisa: você não tem tempo de ser o cara mais incrível do mundo quando você não se acha o cara o-que-quer-que-seja. Antes de amar um outro alguém, você tem que estar de bem consigo mesmo. Deve ter bem claro também que, por mais que você ame, há coisas que fogem do seu controle e, às vezes, o máximo que se pode fazer é assistir, dar um sorriso de canto de boca e seguir seu caminho sozinho, nem que seja por um tempo.
Claro, sempre tem aquele que pergunta: "Ah, mas aquela pessoa me completa." Sério? Legal! Isso significa que, até ela, você se virou muito bem incompleto mesmo.
Enquanto se pregam aos quatro ventos o furor, a loucura, o encantamento, o culto às provas (de preferência públicas e extravagantes) de "amor", eu, particularmente, levo mais fé, agora, na tranquilidade, no afeto e no "deixar rolar". Óbvio que isso não é nenhuma fórmula de sucesso garantido, mas torna tudo muito menos cruel e doloroso quando termina, e muito mais sincero quando dá certo.
O fato é que a gente sempre tem duas opções. Ou a gente escolhe confiar, vai devagar e paga pra ver no que dá, ou a gente escolhe desconfiar, tenta viver tudo de uma vez e, cedo ou tarde, transforma uma história que começou bonita num poço de mágoas e frustrações. A primeira opção me parece mais razoável.
Mas, é claro, essa é só a minha teoria sobre o amor. E o amor é algo sobre o qual toodo mundo tem opinião. Então, concordando ou não comigo, fique à vontade pra comentar. Descobrir o que os outros pensam sobre esse tema é sempre interessante.
Abraço, e vamo que vamo.
sábado, 29 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
BOMBA!
"Ronaldo afirma que Band não sabe fazer jornalismo esportivo."
Pô, parabéns, Ronaldo! Descobriu a América!
Na moral, um prêmio pro Fenômeno pela sua constatação genial. Alguém dá um... sei lá, dá um Globo de Ouro pra ele. Aliás, o Globo de Ouro é a cara dele. E vice-versa.
Pô, parabéns, Ronaldo! Descobriu a América!
Na moral, um prêmio pro Fenômeno pela sua constatação genial. Alguém dá um... sei lá, dá um Globo de Ouro pra ele. Aliás, o Globo de Ouro é a cara dele. E vice-versa.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Matemática: a arte.
Eu não amo matemática. Amar de morrer, amar mesmo, não amo. Mas sou apaixonado. Porque é bonito demais! Uma demonstração bem feita, apoiada em fundamentos sólidos e sutis e em raciocínio sofisticado (mas quase sempre simples) é uma verdadeira obra de arte!
Não é uma ciência do "povão" porque o povão tem preguiça até de ser curioso. Não se tem uma cultura de "parar pra pensar". E matemática exige demais. Mas é lindo. Fico feliz de ter tido a oportunidade de ver todas essas coisas que tenho visto desde cinco anos atrás na peleja da graduação até agora na tentativa da pós.
Os cursos de álgebra, lógica e análise real mudaram meu jeito de lidar com as idéias (com acento, sim, doa a quem doer!), me tornaram mais lúcido, mais hábil com as palavras e mais centrado. Coisas que não se aprende em qualquer lugar.
Aprendi a escrever, inclusive, estudando matemática. Não dá pra ser bom em matemática sem ser no mínimo razoável em português. Como sou um postulante a "bom em matemática", me esforço pra não assassinar demais a ortografria.
Acho que todo mundo, em algum momento da educação básica, deveria ter um curso bom de lógica. Diminuiria bastante a colossal dificuldade das pessoas de interpretar o que lêem.
Aliás, é uma enormidade a quantidade de coisas horríveis que deixaríamos de ver nas provas e redações de vestibuares e ENEM's da vida se o pessoal resolvesse de repente se esforçar um pouquinho em matemática e português, pelo menos.
Mas, c'est la vie... Quem sabe um dia a gente aprende?
Não é uma ciência do "povão" porque o povão tem preguiça até de ser curioso. Não se tem uma cultura de "parar pra pensar". E matemática exige demais. Mas é lindo. Fico feliz de ter tido a oportunidade de ver todas essas coisas que tenho visto desde cinco anos atrás na peleja da graduação até agora na tentativa da pós.
Os cursos de álgebra, lógica e análise real mudaram meu jeito de lidar com as idéias (com acento, sim, doa a quem doer!), me tornaram mais lúcido, mais hábil com as palavras e mais centrado. Coisas que não se aprende em qualquer lugar.
Aprendi a escrever, inclusive, estudando matemática. Não dá pra ser bom em matemática sem ser no mínimo razoável em português. Como sou um postulante a "bom em matemática", me esforço pra não assassinar demais a ortografria.
Acho que todo mundo, em algum momento da educação básica, deveria ter um curso bom de lógica. Diminuiria bastante a colossal dificuldade das pessoas de interpretar o que lêem.
Aliás, é uma enormidade a quantidade de coisas horríveis que deixaríamos de ver nas provas e redações de vestibuares e ENEM's da vida se o pessoal resolvesse de repente se esforçar um pouquinho em matemática e português, pelo menos.
Mas, c'est la vie... Quem sabe um dia a gente aprende?
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domingo, 23 de janeiro de 2011
Né por nada não...
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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
"I love you"
É tão fácil dizer "eu te amo" hoje em dia... Muito legal, isso. Todo mundo se ama, e rápido. Tão bonito... Deve ser por isso que não existe mais falsidade, traição, briga, violência...
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
A saudade e os novos tempos
Houve um bom período - quase metade - do ano passado em que saudade (e suas inevitáveis consequências) era praticamente tudo que conseguia sentir. Foi um ano meio surreal e em metade dele eu simplesmente cumpri tarefas que me preencheram os dias e tentei digerir todas as novas informações, lugares, pessoas, fatos... A segunda metade de 2010 eu simplesmente esperei passar. A ideia era que, chegando as férias, eu voltaria a ter uma dose da minha "velha vida" e, portanto, conseguiria ficar calmo o bastante pra me acostumar a tudo, me localizar.
E assim foi, graças a Deus. Foram apenas onze dias, tudo passou muito rápido também, mas me pareceu que eles duraram mais do que os seis meses que os antecederam. Nesses onze dias eu voltei a viver, ao invés de apenas me assistir jogando o jogo da vida. Minha cidade, minha família, meus amigos e minha menina me ofereceram tudo e curaram da sensação de estar simplesmente correndo sem freio...
Estive me perguntando se ia me acostumar aqui, se minha vida era aqui, com essas novas pessoas que tenho conhecido, ou se era lá. Agora me parece que a pergunta não faz mais muito sentido. Minha vida está aqui e está lá.
Vinha me sentindo também meio, digamos... imprestável, vá lá. Sempre trabalhei ou estudei, mas não me sentia crescendo, produzindo. Agora estou estudando, tentando o direito de estudar ainda mais, e me sinto fazendo algo útil e até durmo mais tranquilo.
Está voltando uma sensação de paz comigo mesmo. Tudo vai bem.
PS.: Questão filosófica: "consequências inevitáveis" é pleonasmo? Se x é um fato e y é sua consequência, dado x, y fatalmente acontece? Ou há casos em que dado o fato x, pode-se planejar para que y não ocorra (ou seja, evitar as consequências, tornando o meu "inevitáveis" da expressão necessário apesar de estranho)? Será que eu tô estudando matemática demais? Enfim...
E assim foi, graças a Deus. Foram apenas onze dias, tudo passou muito rápido também, mas me pareceu que eles duraram mais do que os seis meses que os antecederam. Nesses onze dias eu voltei a viver, ao invés de apenas me assistir jogando o jogo da vida. Minha cidade, minha família, meus amigos e minha menina me ofereceram tudo e curaram da sensação de estar simplesmente correndo sem freio...
Estive me perguntando se ia me acostumar aqui, se minha vida era aqui, com essas novas pessoas que tenho conhecido, ou se era lá. Agora me parece que a pergunta não faz mais muito sentido. Minha vida está aqui e está lá.
Vinha me sentindo também meio, digamos... imprestável, vá lá. Sempre trabalhei ou estudei, mas não me sentia crescendo, produzindo. Agora estou estudando, tentando o direito de estudar ainda mais, e me sinto fazendo algo útil e até durmo mais tranquilo.
Está voltando uma sensação de paz comigo mesmo. Tudo vai bem.
PS.: Questão filosófica: "consequências inevitáveis" é pleonasmo? Se x é um fato e y é sua consequência, dado x, y fatalmente acontece? Ou há casos em que dado o fato x, pode-se planejar para que y não ocorra (ou seja, evitar as consequências, tornando o meu "inevitáveis" da expressão necessário apesar de estranho)? Será que eu tô estudando matemática demais? Enfim...
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Ciranda da bailarina
Alguns poucos iluminados tem o dom de fazer poesia fina sobre coisas aparentemente nada a ver, sem graça nenhuma. O Chico Buarque dá um show desse talento na letra da singela "Ciranda da bailarina". Confira no vídeo:
PS.: Na interpretação da Adriana Calcanhotto, fica ainda melhor. Vale dar uma procurada. :)
PS.: Na interpretação da Adriana Calcanhotto, fica ainda melhor. Vale dar uma procurada. :)
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